(Mote em destaque)
O general-de-exército Paulo César de Castro, principal responsável pelo ensino no Exército nos últimos dois anos fez diversos elogios sobre o nosso período de regime militar ontem no Palácio Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, diante do comandante do Exército, Enzo Peri.
Ovacionado por diversas pessoas, usou seus comentários para destacar o período Médici sobre "ter participado do movimento de descomunização do Brasil" e chamou de "revolução democrática" o golpe militar.
(Folha de São Paulo)
Manual Anti-Tiranos
Maria Luísa Malato, professora doutora associada do Departamento de Estudos Portugueses e Estudos Românicos da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, acaba de publicar pela Livraria do Advogado Editora, de Porto Alegre, em sua coleção Direito & Arte. Ali se lê que, diante da palavra abusiva, ainda que a da lei, tanto o poeta como o jurista sempre pensam na possibilidade de responder com a palavra, ainda que subversiva.
No livro Manual Anti-Tiranos de Maria Luisa Malato, ela indaga (entre outrem) as semelhanças de um poeta e um jurista. Diz a autora: tanto um como outro sabem que, levada aos seus limites, a interpretação acaba por conduzir quer à sua negação quer à sua verdade mais profunda. “Para ambos, o sentido do texto pode ancorar-se sob alçada de uma lei arbitrária, sob uma autoridade duvidosa ou um poder corrupto. Ou furtar-se a essa alçada para de fora a contestar. Nem o poeta nem o jurista se acomodam à univocidade da norma e, por isso, ambos incomodam”, acrescenta.
A professora utiliza seu vasto conhecimento da época para mostrar que entre a Literatura, o Direito e a Retórica se pode estabelecer muitas pontes e uma fácil cumplicidade de resistência à autoridade da força bruta, física e desmesurada. No Manual que preparou alinham-se histórias exemplares de combate – às vezes, silencioso – da liberdade contra a tirania, da memória contra o esquecimento.
MANUAL ANTI-TIRANOS: RETÓRICA, PODER E LITERATURA, de Maria Luísa Malato. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 132 págs., 2009.
ps: Esqueceram de avisar o general que amanhã comemoramos 121 anos de assinatura da Lei Áurea..
